08.09.25

CPF dos Imóveis: Nova Regulamentação Aumentará Impostos? O Que o Investidor Precisa Saber

CPF dos Imóveis: Nova Regulamentação Aumentará Impostos? O Que o Investidor Precisa Saber

A Receita Federal regulamentou em agosto o CIB (Cadastro Imobiliário Brasileiro), popularmente conhecido como "CPF dos imóveis". Essa medida, que centraliza os registros de imóveis urbanos e rurais, tem gerado debates entre especialistas sobre seu real impacto na carga tributária. Para o investidor inteligente, compreender essa nova regulamentação é fundamental para navegar com segurança no cenário imobiliário.

O CIB e a Transparência Fiscal

O CIB integra as informações imobiliárias ao Sinter (Sistema Nacional de Gestão de Informações Territoriais), visando maior transparência e controle fiscal. A advogada Ana Taques, do escritório Siqueira Castro, aponta que a iniciativa busca fechar brechas em operações informais, como os "contratos de gaveta", que não possuem registro formal e, consequentemente, não geram incidência de tributos sobre o aluguel. No entanto, a efetividade da medida depende da averbação formal dos contratos, que ainda é opcional.

O Alerta para o Aumento da Carga Tributária

Para alguns especialistas, a integração de dados do CIB inevitavelmente aumentará a fiscalização e a arrecadação federal. Humberto Aillon, da Fipecafi, e Carlos Pinto, do IBPT, alertam que a unificação permitirá à Receita Federal acessar todas as mudanças de titularidade e movimentações de compra e venda, identificando contribuintes que não declaram corretamente seus imóveis.
O impacto é maior para investidores e administradoras de imóveis. Aqueles que possuem quatro ou mais imóveis para alugar ou recebem mais de R$ 240 mil por ano com aluguel podem ser submetidos a novos tributos, como o IBS (estadual/municipal) e o CBS (federal), além do Imposto de Renda. Isso pode elevar a carga tributária para cerca de 27% sobre o valor bruto dos aluguéis, sem deduções. Pequenos locadores, com até três imóveis ou receita anual inferior a R$ 240 mil, continuam no modelo atual de tributação via IR, desde que a atividade não seja empresarial.

Segurança Jurídica e o Contexto da Reforma Tributária

Embora haja preocupações com o aumento da carga tributária, a mudança não interfere na negociação de preços dos imóveis, mas amplia o poder de fiscalização. Guilherme Manier, do Viseu Advogados, destaca que a Lei Complementar autoriza a Receita Federal a revisar os valores declarados para o cálculo do IBS e da CBS, mas mantém a autonomia do contribuinte para definir o preço de compra e venda.
Leonardo Branco, do escritório Daniel, Diniz e Branco, avalia que o CIB se insere em um movimento mais amplo da reforma tributária, que visa ampliar a base de incidência dos novos tributos sobre consumo, incluindo o aluguel de imóveis. Lucilene Prado, do FM/Derraik, ressalta que o CIB aumenta a transparência e a segurança jurídica, beneficiando o mercado ao reduzir assimetrias de informação para cartórios, compradores e agentes financeiros.

Conclusão: Navegando no Novo Cenário Tributário

O "CPF dos imóveis" representa um avanço no controle fiscal e na transparência do mercado imobiliário. Embora possa significar um aumento na carga tributária para grandes investidores, também traz maior segurança jurídica e organização para o setor. É crucial que o investidor esteja bem informado e busque assessoria especializada para adaptar suas estratégias a essa nova realidade tributária.
A Soluções e Investimentos está preparada para guiar você nesse novo cenário, oferecendo as melhores estratégias para otimizar seus investimentos e garantir a conformidade fiscal. Invista com inteligência, invista no seu futuro.